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Coreia do Sul lançará vistos para K-Culture e nômade digital

15 de dezembro de 2023 - Drica Cestari

A Coreia do Sul deve lançar vistos de treinamento em cultura sul-coreana e de nômade digital em 2024.


O governo sul-coreano anunciou seus planos de expansão de isenções de taxas de visto, conforme relatado pelo The Korea Times, o mais antigo dos jornais publicados diariamente em língua inglesa na Coreia do Sul.

Pessoas na margem do riacho urbanizado de Cheonggyecheon, em Seul, capital da Coreia do Sul. Desde sua inauguração, em 2005, o local se tornou popular entre os residentes e turistas.Pessoas na margem do riacho urbanizado de Cheonggyecheon, em Seul, capital da Coreia do Sul. Desde sua inauguração, em 2005, o local se tornou popular entre os residentes e turistas.

A Coreia do Sul introduzirá um visto de treinamento da cultura K (K-culture) e um visto de nômade digital em 2024 para estrangeiros que desejam aprender mais sobre a cultura do país. O objetivo desta iniciativa é atrair 20 milhões de visitantes estrangeiros e, com isto, gerar US$ 24,5 bilhões em receita de turismo no próximo ano para o país do Leste Asiático.

O visto de treinamento em cultura coreana tem a intenção de atrair jovens estrangeiros interessados no conteúdo coreano e que queiram aprender mais sobre o setor de entretenimento do país. Se aprovados, os requentes podem solicitar vistos de treinamento em cultura coreana (K-Culture).

A "K-Culture" é um termo que se refere à influência da cultura popular sul-coreana moderna, juntamente com a "Onda Coreana", também chamada de "Hallyu" ou "Invasão Coreana", que nada mais é que a popularização da cultura da Coreia do Sul em outros países. Cunhado pela primeira vez no final da década de 1990 por jornalistas chineses, que se surpreenderam com a crescente popularidade da cultura sul-coreana na China, a "Onda Coreana" se tornou um acontecimento cultural na Ásia, e depois, um fenômeno global.

A "Invasão Coreana" foi impulsionada pela música pop coreana (K-Pop; séries, novelas e filmes sul-coreanos (K-Drama); moda sul-coreana (K-Fashion); beleza (K-Beauty); comida (K-Food) e cultura de forma geral (K-Culture).

De todos os elementos da K-Culture, o K-Pop (ou kpop) é sem dúvida o mais conhecido. Abreviação para música pop coreana ou música popular coreana, o K-Pop utiliza raízes tradicionais de música coreana com características de vários ritmos ocidentais como o rock, jazz, rap, hip hop, rhythm and blues, folk, country, reggae, e principalmente a música pop (popular). O termo coreano para música pop nacional na Coreia do Sul é "gayo", que ainda é amplamente usado no país. Entretanto, o "K-Pop" se tornou uma denominação para todos os gêneros da música popular da Coreia do Sul no exterior.

O K-Pop conquistou os países da Ásia e depois se tornou um estilo que passou a ter um impacto global. O videoclipe "Gangnam Style", do músico sul-coreano Psy, tornou-se o primeiro vídeo a alcançar a marca de um bilhão de visualizações no YouTube. Mesmo com o isolacionismo do regime norte-coreano, o K-Pop conseguiu atingir o público do país vizinho. Os cidadãos da Coreia do Sul só podem viajar para a Coreia do Norte com uma permissão especial. Até mesmo o Líder Supremo norte-coreano Kim Jong Un demonstrou gostar de K-Pop. Em 2018, Kim declarou que ficou "profundamente emocionado" depois de assistir a um show de duas horas em Pyongyang com artistas sul-coreanos, entre eles o cantor Cho Yong-pil e a banda feminina Red Velvet.

Grupo BTS na Casa Branca em 2022. Foto: The White HouseGrupo BTS na Casa Branca em 2022. Com 40 milhões de álbuns vendidos, o BTS é o artista com mais vendas da história da Coreia do Sul. Seu álbum "Map of the Soul: 7" de 2020 é o quarto álbum mais vendido de todos os tempos no país asiático, atrás apenas dos álbuns "FML" e "Seventeenth Heaven", ambos do grupo Seventeen e "5-Star" do Stray Kids, todos eles grupos de K-Pop.

A letra "K" de todas essas tendências, do K-Pop a K-Culture, tem origem na letra inicial do nome do país em inglês (Korea). O uso desta letra é disseminado para se referir ao país em diversas outras áreas. Em 1998, a Korean Super League, o campeonato de futebol sul-coreano, passou a se chamar K-League.

A K-Culture também se expandiu com os mukbangs e webtoons. Um mukbang ou meokbang, também conhecido como eating show, é uma transmissão on-line em que um apresentador consome alimentos enquanto interage com o público. Já os webtoons são histórias em quadrinhos digitais que, em geral, são lidas em smartphones. Ambos se tornaram um sucesso primeiramente na Coreia do Sul na década de 2010 e depois se tornaram uma tendência global.

Além do visto para incrementar o conhecimento da cultura sul-coreana, o plano do governo inclui o visto de nômade digital (workation), que dá o direito do cidadão estrangeiro a ter residência na Coreia do Sul por um período de até dois anos, permitindo que o portador deste visto mantenha o seu emprego ou fonte de renda em seu país de origem. O workation é uma tendência atual de trabalho remoto. Este neologismo surgiu da junção das palavras em inglês: work (trabalho) e vacation (férias). O nômade digital (no Brasil) ou nómada digital (em Portugal) são trabalhadores remotos que podem viver sem habitação fixa e mudando de local constantemente, como nômades. Este estilo de vida é conhecido como nomadismo digital.

Fortaleza de Hwaseong (ou Hwasong) na cidade de Suwon, nordeste da Coreia do Sul. Este Patrimônio Mundial da Unesco é um dos atrativos turísticos da Coreia do Sul.Fortaleza de Hwaseong (ou Hwasong) na cidade de Suwon, nordeste da Coreia do Sul. Este Patrimônio Mundial da Unesco é um dos atrativos turísticos da Coreia do Sul.

O governo sul-coreano também deve ampliar as isenções de taxas de visto eletrônico para turistas de alguns países da Ásia como o Vietnã, a Indonésia e as Filipinas. O período de solicitação para os candidatos destes países será estendido até o ano seguinte.

Em setembro deste ano, uma medida semelhante foi adotada pelas autoridades da Coreia do Sul para atrair mais visitantes chineses, que anteriormente eram obrigados a solicitar um visto eletrônico.

As autoridades sul-coreanas também lançaram medidas para integrar estes novos vistos e isenções de vistos. Entre as novidades estão o pagamento móvel internacional nos estabelecimentos locais e um aplicativo aos visitantes estrangeiros.

O pagamento móvel internacional nas lojas do país visa permitir aos turistas e nômades digitais utilizarem métodos de pagamento de seus países de origem enquanto estiverem na Coreia do Sul. Já o aplicativo terá facilidades para compras e reservas de passagens de ônibus, trens e táxis. O app tem a opção apenas no idioma coreano, mas o inglês deve ser incluído em breve.

O turismo na Coreia do Sul está em expansão, mas sofre com a escassez de mão de obra no setor. Um levantamento do Instituto de Cultura e Turismo da Coreia indica que há uma taxa de 23% de mão de obra vaga nas acomodações turísticas. A República da Coreia, nome oficial do país, tem a taxa de natalidade mais baixa do mundo e uma expectativa de vida de 79,1 anos, uma das mais elevadas do mundo. Se esta tendência continuar, está previsto que a população da Coreia do Sul reduza dos atuais 51 milhões para 42 milhões de habitantes em 2050.

Complexo de Palácios de Changdeokgung, em Seul, capital da Coreia do Sul.Complexo de Palácios de Changdeokgung, em Seul, capital da Coreia do Sul.

A Coreia do Sul tem o 27º mais poderoso passaporte de todo o mundo, de acordo com os relatórios de dezembro de 2023 do VisaGuide Passport Index. Cidadãos sul-coreanos tem acesso a 148 países sem visto (140 deles diretamente e oito com autorização eletrônica de viagem).

Com mais de 11 milhões de turistas estrangeiros anualmente, a Coreia do Sul é o 20º país mais visitado do mundo e o quinto mais visitado da Ásia. A maioria dos turistas estrangeiros são do Leste Asiático, como Japão, China continental, Taiwan e Hong Kong. A recente popularidade da cultura popular coreana aumentou consideravelmente o número de turistas no país. A capital, Seul, é o principal destino turístico para os visitantes. A cidade litorânea de Busan, o parque nacional Seoraksan, a cidade histórica de Gyeongju e a ilha de Jeju estão entre os principais destinos da Coreia do Sul.

Seul sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1988. Trinta anos depois, os Jogos Olímpicos de Inverno foram sediados na cidade sul-coreana de Pyeongchang. A Coreia do Sul também sediou a Copa do Mundo de 2002 em conjunto com o Japão. Estes megaeventos esportivos ajudaram ainda mais a disseminar a "Onda Coreana".

Este aumento no interesse da cultura da Coreia do Sul é tão importante para o turismo local que pode ser verificado no site da Organização de Turismo da Coreia (KTO). Esta é uma instituição subordinada ao Ministério da Cultura e Turismo da República da Coreia. O lema da entidade é "Ride the Korean Wave" ("Pegue a onda coreana" em tradução livre).

Site oficial:

Organização de Turismo da Coreia (KTO). (em inglês)

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