República Tcheca lança um novo programa de nômade digital

3 de setembro de 2023 - Drica Cestari

Que tal morar na República Tcheca como nômade digital? Este país europeu lançou recentemente um novo programa para trabalhadores estrangeiros qualificados.

O Ministério da Indústria e Comércio da República Tcheca afirmou que com a recém-aprovação deste programa, os nômades digitais poderão solicitar uma autorização de residência neste país da Europa Central.

Praga é a capital e maior cidade da República Tcheca, país que acaba de lançar um novo programa para nômades digitais.

O novo visto (Digital Nomad Program), lançado recentemente, permite que freelancers e funcionários remotos trabalhem na República Tcheca por um ano. A intenção deste programa é resolver o problema da falta de profissionais qualificados de tecnologia da informação (TI) e impulsionar a economia do país.

"O governo aprovou dois novos programas de migração econômica. Um deles é voltado para um grupo de trabalhadores de TI altamente qualificados e de alto nível - os chamados nômades digitais, que assim terão a oportunidade de solicitar uma autorização de residência na República Tcheca", informa o Ministério da Indústria e Comércio.

Além do novo programa para atrair nômades digitais, a República Tcheca também aprovou um projeto piloto de migração laboral para indonésios. Cerca de 300 estudantes de escolas politécnicas indonésias selecionadas poderão trabalhar no país até dois anos em diferentes setores que enfrentam escassez.

O ministro da pasta, Jozef Síkela, também enfatizou que a medida é importante porque nenhum dos programas de migração econômica existentes no país abrangia os nômades digitais. O político também enfatizou que a República Tcheca quer se tornar um destino atraente para os nômades digitais.

"Entre outras coisas, queremos criar um ambiente interessante para a operação e o desenvolvimento de equipes de tecnologia estrangeiras na República Tcheca, e é por isso que estamos criando um novo programa voltado especialmente para os nômades digitais", disse o ministro Síkela.

Inicialmente, o programa recém-lançado para nômades digitais contemplará candidatos de alguns países apenas. Cidadãos da Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Taiwan poderão solicitar a residência para trabalhar remotamente na República Tcheca.

A autorização de residência poderá ser solicitada nas embaixadas da República Tcheca dos países que fazem parte da iniciativa. O prazo de processamento de pedidos de residência como nômade digital na República Tcheca está estimado em 45 dias.

O visto custa 2,5 mil coroas tchecas (aproximadamente 104 euros ou 553 reais*) e tem duração inicial de um ano. Depois disso, é necessário solicitar uma autorização de residência que conceda mais dois anos e concluir um curso de adaptação e integração.

Os candidatos devem ter um diploma universitário ou superior em ciências, tecnologia, engenharia ou matemática ou três anos de experiência de trabalho no setor de TI. Os solicitantes também podem ser empregados de uma empresa estrangeira que lhes permita trabalhar remotamente ou podem ser autônomos, como freelancers. Estes devem solicitar uma licença comercial tcheca que lhes permita prestar serviços a empresas na República Tcheca com contrato de trabalho.

Os trabalhadores remotos empregados por uma empresa estrangeira devem possuir uma renda mínima de 60.530 coroas tchecas (aproximadamente 2.515 euros ou 13.398 reais*) por mês. Esse valor corresponde a um salário e meio médio bruto na República Tcheca. A empresa também deve ter pelo menos 50 funcionários.

Cônjuges, parceiros registrados em união civil, filhos menores e dependentes de qualquer nacionalidade também podem obter uma autorização de residência ao fazer a solicitação de visto de nômade digital.

Segundo as leis da República Tcheca, a pessoa que permanece por mais de 183 dias em um período de um ano no país é considerada residente fiscal. Se esta pessoa também for residente fiscal no país de origem, o valor de impostos dependerá das regras de dupla tributação do país de origem. O Brasil, por exemplo, possui acordo com a República Tcheca para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal, segundo o site da Receita Federal Brasileira.

Até o lançamento deste novo visto de nômade digital, o visto de negócios "Zivno" (oficialmente "Zivnostenske opravneni", que pode ser traduzido como "Autorização comercial" do tcheco) era o melhor caminho para estrangeiros autônomos na República Tcheca. Com validade de um ano, este visto exige que os solicitantes obtenham uma licença comercial e tenham 124,5 mil coroas tchecas (aproximadamente 5.173 euros ou 27.557 reais*) em sua conta bancária. O novo visto tem a intenção de simplificar o ingresso de nômades digitais no país.

A República Tcheca é um bom lugar para ser um nômade digital?

Segundo o mais recente índice Work from Wherever do metabuscador de viagens Kayak, a República Tcheca é o nono melhor país para nômades digitais, atrás apenas de Portugal, Espanha, Romênia, Ilhas Maurício, Japão, Malta, Costa Rica e Panamá.

A Tchéquia é um dos países mais considerados pelos nômades digitais porque tem custo de vida mais acessível em relação a outros países europeus, mas com um qualidade de vida elevada.

Frequentemente, a República Tcheca aparece nas principais listas de melhores lugares para ser um nômade digital. Entre as razões estão o custo de vida acessível do país aliado a um padrão de vida elevado. Os aluguéis de imóveis e os preços de transportes são considerados baratos em relação aos demais países europeus. Apesar de a capital, Praga, ter um custo de vida mais alto, ela ainda é acessível em comparação com outros países do continente.

Os muitos museus, galerias, parques e a agitada vida noturna da capital são outros atrativos a mais para os nômades digitais na Tchéquia. O Parque Nacional da Suíça Boêmia atrai os amantes da natureza com as paisagens das Montanhas de Arenito do Elba, cordilheira que se estende ao longo do vale do rio Elba entre o estado alemão da Saxônia e a República Tcheca.

Cerveja barata! Dependendo do estabelecimento e do tipo de cerveja, a bebida pode ser mais barata do que água na República Tcheca. Entre as razões está que a cerveja é fabricada em grandes quantidades no país. Pode-se encontrar os melhores preços nos supermercados, mas mesmo bares e restaurantes a cerveja custa menos que em outros países da Europa.

A cerveja ("pivo" em tcheco) tem uma longa história no que é hoje a República Tcheca. A produção de cerveja começou no Mosteiro de Brevnov em 993, em Praga. Desde então, outros locais passaram também a produzi-la. A fabricação de cerveja no local foi interrompida várias vezes ao longo da história, tendo sido finalmente restaurada em 2011. Desde 2016, a cerveja é fabricada na cidade sul-coreana de Busan sob a marca Praha 993, com a mesma receita e sob a supervisão dos mestres cervejeiros do Mosteiro de Brevnov.

A cidade de Brno passou a ter o direito de fabricar cerveja a partir do século XII, enquanto Plzen e Ceské Budejovice (Pilsen e Budweis em alemão), já tinham cervejarias no século XIII. A Cerveja Pilsen foi criada na cidade de Plzen, quarta maior cidade do país. A Pilsen ou Pilsener é um tipo de cerveja lager. No Brasil, mais de 90% das cervejas vendidas são do tipo lager.

A cerveja tem uma longa história na República Tcheca. O Mosteiro de Brevnov, em Praga, começou a produzi-la no século X.

Afinal, qual o nome do país: Tchéquia, Chéquia, República Tcheca ou República Checa?

A Tchéquia, oficialmente República Tcheca, é um país da Europa Central com cerca de dez milhões de habitantes. O país faz fronteira com a Eslováquia, Polônia, Alemanha e Áustria. A República Tcheca tem uma área de 78.871 km². Para efeitos de comparação, Portugal é 17% maior que a República Tcheca.

A capital e maior centro urbano do país é Praga. Situada na margem do Vltava, Praga é uma das mais belas cidades de toda Europa. Apelidada no século XIX de "Cidade das Cem Cúpulas", Praga tem mais de 500 cúpulas em suas torres e campanários, segundo a contagem recente do governo local. A cidade de 1,3 milhão de habitantes (2,7 milhões na região metropolitana) também tem as alcunhas de Cidade Dourada, Mãe das Cidades e Coração da Europa.

A República Tcheca e a Eslováquia tornaram-se países independentes com a Dissolução da Tchecoslováquia, em 1993. Este evento também é conhecido como Separação de Veludo ou Divórcio de Veludo, por ter ocorrido de maneira pacífica, da mesma forma que foi a Revolução de Veludo de 1989, evento que restaurou a democracia no país e foi o princípio para a criação destes dois novos países europeus.

A Tchecoslováquia nasceu no final da Primeira Guerra Mundial com a dissolução do Império Austro-Húngaro, também chamado Áustria-Hungria. O país nasceu da união entre os tchecos da Boêmia e da Morávia-Silésia, os eslovacos da Eslováquia e a Transcarpátia.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Tchecoslováquia ficou sob a influência soviética. A região da Transcarpátia foi cedida à União Soviética (atualmente a maior parte deste território pertence à Ucrânia).

O Parque Nacional da Suíça Boêmia é uma das atrações naturais da República Tcheca.

Em 2016, o governo tcheco adotou o nome abreviado "Tchéquia" para representar oficialmente a República Tcheca. O novo nome passou a ser usado pelas Nações Unidas (ONU), União Europeia (UE), CIA e empresas em geral.

O nome do país também é escrito de formas distintas no português brasileiro e no português europeu. Enquanto no Brasil são usadas as formas com a letra "T" para o país e seus habitantes (República Tcheca, Tchéquia, tcheco, tchecos, tcheca e tchecas), em Portugal estas palavras são escritas sem a letra "T" (República Checa, Chéquia, checo, checos, checa e checas). Da mesma forma, a "Tchecoslováquia" é "Checoslováquia" no português lusitano.

A República Tcheca aderiu à OTAN em 12 de março de 1999 e à União Europeia em 1 de maio de 2004. Em 21 de dezembro de 2007, a República Tcheca entrou para o Espaço Schengen, área composta por 27 países europeus que aboliram oficialmente passaportes e outros tipos de controle em suas fronteiras mútuas.

A moeda do país é a coroa tcheca, uma das oito moedas da União Europeia. Atualmente, um euro vale 24,13 coroas tchecas e um real vale 4,52 coroas tchecas*. A República Tcheca está obrigada a adotar o euro no futuro e a aderir à zona do euro assim que cumprir os critérios de convergência do euro pelo Tratado de Adesão à União Europeia. A Eslováquia adotou o euro como moeda oficial em 2009, substituindo a coroa eslovaca. Algumas lojas na República Tcheca aceitam pagamentos em euros e devolvem o troco em coroas tchecas.

O idioma oficial é o tcheco, língua da família eslava ocidental falada principalmente na Tchéquia. As línguas tcheca e eslovaca são mutuamente inteligíveis. O tcheco faz parte, assim como o polonês (polaco), o eslovaco e o sórbio, do subgrupo ocidental das línguas eslavas.

O povo checo tem sido historicamente caracterizado como "tolerante e até indiferente à religião". A identidade religiosa do país mudou drasticamente desde a primeira metade do século XX, quando mais de 90% dos tchecos eram cristãos. Atualmente, pouco mais de 10% dos tchecos são católicos e apenas outros 2% pertencem a outras denominações cristãs. De 75% a 79% dos residentes da República Tcheca não declaram ter qualquer religião ou fé, segundo os levantamentos mais recentes. A proporção de ateus convictos (30%) é a terceira mais alta do mundo, atrás apenas da China (47%) e do Japão (31%).

A Tchéquia tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto. O país ocupa atualmente o 32º lugar entre os 191 países listados (Portugal está em 38º lugar e o Brasil em 87º lugar). A República Tcheca tem um PIB nominal per capita de US$ 31.368, ocupando o 35º posto no ranking que tem Portugal em 41º lugar (US$ 26.012) e o Brasil em 79º lugar (US$ 9.673).

* Cotação de 03/09/2023.

Site oficial:

Site Oficial do Progama de Nômade Digital (Digital Nomad Program) do Ministério da Indústria e Comércio da República Tcheca (em inglês).

Compartilhe esta notícia:

Tags: nômade digital | morar no exterior | República Tcheca | país europeu | nômades digitais | autorização de residência | visto | freelancers | funcionários remotos | trabalhar na República Tcheca | profissionais qualificados | tecnologia da informação | TI | trabalhar remotamente | embaixadas da República Tcheca | dias | custo do visto | duração | autônomos | prestar serviços | empresas na República Tcheca | contrato de trabalho | residente fiscal | dupla tributação | visto de negócios | custo de vida | aluguéis de imóveis | capital | Praga | Cerveja mais barata que água | OTAN | União Europeia | Espaço Schengen | coroa tcheca | euro | IDH | PIB per capita | Notícias de viagem | Novidades no turismo | Matérias de turismo | Matérias de viagens | Viajar | Viagem | Viaje | Turismo

Saiba mais

Destinos para viajar na Baixa Temporada no Brasil - Economize nas viagens!

Que tal viajar na baixa temporada para economizar? Conheça 12 destinos para conhecer durante a baixa temporada para viajar mais barato. Em cada destino turístico existem a alta temporada (época do ano aonde existem atrações no local ou uma grande procura de turistas) e a baixa temporada (época onde os hotéis e atrações estão geralmente mais baratos devido ao menor número de visitantes). Veja no vídeo os meses do ano onde você pode visitar os destinos de seus sonhos no país economizando mais.